Propriedade Intelectual é um direito e também conquista das mulheres
Líder no Nordeste e 6º lugar nacional em depósitos de programa de computador, Pernambuco teve 167 pedidos de registro autoral de software em 2021, graças principalmente ao Porto Digital no Recife.
Assim como em todo o Brasil, o número de protocolos no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) de marcas, patentes, desenhos industriais ainda é baixo em comparação com países como China, Japão e Estados Unidos. Fomentar o uso da Propriedade Intelectual (PI) é a estratégia para orientar empreendedores e, principalmente, empreendedoras a protegerem seus direitos de criação.
Para marcar a passagem do Dia Mundial da Propriedade Intelectual, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI), por meio do Investe Recife, promoveu o seu primeiro Investe Day tendo como tema a valorização do protagonismo feminino em ações de PI.
Na saudação aos participantes do evento realizado no Forte de Cinco Pontas, a secretária Joana Florêncio destacou a ausência de equidade na questão de direito autoral e ressaltou o papel do poder público no engajamento das mulheres na produção intelectual.
"O Investe Day serve para conexões e disseminação de conhecimento. Registrar sua criação dá mais segurança jurídica e abre portas para exportação, seja um desenvolvedor individual, uma startup ou uma empresa consolidada", disse.
O chefe do Escritório de Difusão Regional Nordeste no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em Pernambuco, Eduardo Bemfica, elogiou a realização do Investe Day como uma ação necessária para abordar o tema. "As mulheres precisam receber mais informações a respeito do caminho de proteção de suas criações", defendeu.
Segundo Bemfica, o INPI está realizando atividades com foco em gênero, diversidade e inclusão. Entre as ações estariam mentorias em PI para mulheres inventoras e cooperações para projetos sobre mulheres na América Latina.
A presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação em Pernambuco e Paraíba (Assespro-PE/PB), Laís Xavier, observou que vem crescendo a percepção da importância da Propriedade Intelectual, mas falta um processo de "catequização" dos empreendedores. "Com um maior apoio às mulheres, conseguimos aumentar a competitividade", considerou.
Advogada especialista em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação, Renata Maria Bezerra Rau destacou que os ecossistemas de inovação recifenses ainda não dão a devida atenção à importância da propriedade intelectual. Ela defendeu uma política pública de incentivo ao registro.
O Investe Day teve ainda o depoimento da professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Juliana Falcão. Especialista na área de fármacos, ela contou o seu processo de entrada no mercado de estética e cosméticos, destacando as dificuldades de ser empreendedora e registrar sua propriedade intelectual. "A garantia de patentes fortalecem todo um setor econômico. É preciso ter foco no propósito", destacou.
Para a funcionária pública Thalyta Salvino, o Investe Day ajudou a tirar dúvidas a respeito do registro de propriedade intelectual no segmento de softwares. "O evento foi muito importante para eu perceber que preciso proteger minhas criações", elogiou.
A proposta do Investe Day é abordar assuntos essenciais para o crescimento da economia, com foco no desenvolvimento dos negócios do Recife, em eventos gratuitos com participação de especialistas, empresários e representantes da Academia. Os novos encontros serão divulgados no site do Investe Recife (https://investerecife.recife.pe.gov.br/)