Painel do Rec'n'Play apresenta oportunidades de mercado com países árabes
Com 444 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,8 trilhões, os 22 países que integram a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira podem se tornar parceiros de negócios de empresas de tecnologia do Recife. As oportunidades neste mercado ainda tão pouco explorado foram apresentadas em painel promovido pelo Investe Recife, a unidade de atração de negócios da Prefeitura do Recife, na programação oficial do Rec'n'Play na tarde desta sexta-feira (20).
O painel "Sua startup no mundo! Internacionalizando sua solução", realizado no Cesar School Brum, reuniu o consultor de comércio exterior, logística e contratos internacionais, Gustavo Delgado, e a gerente de relações governamentais da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Elaine Prates. A apresentação dos convidados foi feita pela diretora do Investe Recife, Cristina Luna.
Diretor de Inovação e Tecnologia da recém-fundada Associação Pernambucana de Direito Aduaneiro e Fomento ao Comércio Exterior (APDAEX), Gustavo Delgado fez uma apresentação das estratégias necessárias para empresas brasileiras e pernambucanas buscarem mais o comércio exterior. "Nós temos uma bênção e uma maldição: a de que o nosso mercado local é tão grande que as empresas não buscam a internacionalização", destacou.
Para ele, os empreendedores devem sempre buscar novos mercados, mas contando com o apoio de todo um ambiente de negócios voltado para o global. "Nós temos, no Recife, a segunda maior rede consular do Brasil e um capital humano qualificado com o Porto Digital. É preciso criar um leque de apoio e estudar os ambientes onde poderemos promover nossa inovação no mundo", ressaltou.
Com 71 anos de atuação no Brasil, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira vem se adaptando às novas demandas do mercado e ampliando a sua atuação. O mercado halal, palavra árabe que significa lícito e permitido, continua forte na agroindústria, na produção de produtos cosméticos e farmacêuticos destinados aos povos muçulmanos que seguem o islamismo em todo o mundo. Mas esta parte do mundo está interessada também em soluões tecnológicas de ponta.
"Os países árabes estão interessados no desenvolvimento de startups e no avanço da transformação digital, com investimento pautado em sustentabilidade", disse Elaine Prates. O mercado está aberto para FoodTechs, AgriTechs, FinTechs, EduTechs, HealthTechs e GreenTechs que queiram prospectar novos mercados para seus produtos.
Com três escritórios no Brasil e mais três no mundo árabe, a câmara de comércio se dispõe a ajudar na interlocução com investidores das regiões da África árabe, do Levante e do Golfo Arábico. Uma representação no Recife, a primeira do Nordeste, não está descartada.